"O dia do meu aniversário deixa-me profundamente triste. Serve para me relembrar do quão sozinha estou, como desde sempre tenho vindo a estar. O — muito breve — telefonema com a minha mãe deixou-me com as lágrimas nos olhos e como todos os anteriores, à beira de um ataque de nervos. Não sou filha de pai. E o meu irmão continua a fazer, sempre na sua postura absolutamente obstinada e leal de perseverança, o que tem feito a vida toda: fingir que eu não existo.

Ainda bem que aos poucos já me vou confortando à solidão. E apesar de continuar a deixar-me triste e a dar-me, em jeito de relâmpago, a sensação de inutilidade e incumbência, pesa menos.

Resignação é a palavra.

Fingir que não magoa, magoa ainda mais." 

In Olivia 

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