Aceitamos os nossos milagres onde os encontramos.
Tentamos anular o espaço e, às vezes, contra todas as expectativas, contra toda a lógica, acabamos por nos tocar. Ainda estou no vazio onde tu me deixaste, tento encontrar uma maneira de seguir em frente e busco em todos os lugares, para descobrir onde foi que nós erramos tanto. Não há ninguém que possa comprar a nossa inocência, porque nós nascemos inocentes, ainda somos inocentes. Deixo-me guiar pela leveza da brisa quente que me afaga o peito e me transporta para outro espaço, onde reina a irrealidade. A água fria abraça os meus pés e eu recuo… o medo pelo desconhecido invade-me novamente… a tempestuosidade de uma ventania empurra-me e faz com que este liquido incolor me envolta até ao ventre. Num impulso quase repentino, mergulho nas profundezas e torno-me submersa no meio da minha própria imensidão.

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cher Joana