O meu corpo está dormente. O medo que me assaltou há horas, ainda está cá... consigo senti-lo a correr-me as veias. A adrenalina manifestada numa tontura de pânico não me deixa dormir, mas estou cansada, estou tão cansada. Estive a chorar ainda há pouco, com as luzes apagadas e com a porta encostada... ninguém notou, ninguém me viu e como se pode calcular, ninguém se importou. Estava a precisar, não aguentei mais continuar a guardar tudo o que me sufoca, vinte e quatro sobre vinte e quatro horas, sem o poder mostrar a ninguém... Tive que me libertar, precisava de me sentir viva e notei-o quanto senti os meus olhos a arder e as lágrimas a delinearem o contorno do meu queixo até escorrerem pelo meu pescoço. Ficaram cicatrizadas na minha pele assim como tantas bofetadas que a vida já me deu, não as enxuguei... Para quê fazê-lo? O meu rosto vai fazer-se de berço novamente para as voltar a embalar daqui a nada, e disso tenho a certeza. Sinto-me mais calma agora, porém ainda não sou capaz de suspirar de alívio. Ainda não passou. Ainda dói. Ainda dói muito e vai continuar a doer por muito que reze. Sinto-me fraca, oh meu Deus, sinto-me tão fraca,... Sinto-me tão insignificante, tão eu fora de mim mesma. Pergunto-me onde irei buscar forças para suportar o insuportável, para lutar numa batalha perdida e numa guerra vencida. Vencida não por mim, mas por ele. Oh como eu estou cansada. Ainda assim não penses que vou desistir, que vou ceder, que vou cair com a cara no chão outra vez, não quando ainda há alguém que depende de mim,  alguém que eu tenho de proteger a todo o custo, com todas as forças e coragem que ainda possuo.Mas não vou parar... a minha missão aqui ainda não terminou.

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cher Joana